AME 2012

AME 2012
NOVAS PARCERIAS PARA UM TRABALHO DE SUCESSO E RESPONSABILIDADE SOCIO AMBIENTAL

22 de julho de 2011

LUANA COLA

Instrutora de LIBRAS Luana será uma das candidatas a MISS Matelândia 2011.

Estamos torcendo para que seja um ótimo momento. Boa Sorte!

PPP

TRABALHO PENSADO E ORGANIZADO DE FORMA A GERAR RESULTADOS.

Com esta visão publicamos o nosso PPP.





PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
ESCOLA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL DA AMESFI
Medianeira
Agosto 2010



SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÂO 3

2 OBJETIVOS GERAIS 4

3 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO 6

3.1 DADOS DA MANTENEDORA 6

3.2 DADOS DA ESCOLA 6

3.3 HISTÓRICO DA ESCOLA ESPECIALIZADA DA AMESFI 7

3.4 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO 13

3.5 OFERTA DE CURSOS / MODALIDADES 14

4 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 14

5 MARCO SITUACIONAL 15

6 MARCO CONCEITUAL 16

6.1 CONCEPÇÃO DE ESCOLA 17

6.2 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO 17

6.3 PROPOSTA CURRICULAR 19

7 MARCO OPERACIONAL 20

7.1 PLANEJAMENTO DE AÇÕES 21

7.1.1 EDUCAÇÃO INFANTIL 21

7.1.1.1 OBJETIVOS GERAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL 22

7.1.2 ARTE 23

7.1.3. LETRAMENTO 24

7.1.3.1.CONTEÚDOS ESTRUTURANTES 25

7.1.3.2.METODOLOGIA 26

7.1.3.3 CONTEÚDOS 27

7.1.4 EJA 28

7.1.5. EDUCAÇÃO FÍSICA 28

7.1.6 PROGRAMAS E ATIVIDADES COMPLEMENTARES AO CURRÍCULO 29

7.1.7. PROJETOS ESPECIAIS 31

7.1.7.1 PROJETO: INFORMÁTICA 31

7.1.7.2 PROJETO CONTO 32

7.1.7.3 PROJETO: LIBRAS 33

7.1.7.4 PROJETO DE ARTE AME 36

7.1.7.5 PROJETO: TEATRO 37

8 PRÁTICA ESCOLAR 37

9 AVALIAÇÃO 38

9.1 AVALIAÇÃO GERAL 39

10 CONCLUSÃO GERAL 40

REFERÊNCIAS 44



1 APRESENTAÇÃO

As diferenças constituem os seres humanos, pois os sujeitos têm suas identidades determinadas pelo contexto social e histórico em que sua existência é produzida. A vida em sociedade pressupõe o reconhecimento das multiculturas advindas da acelerada globalização e das complexas transformações nos modos de produção social que fazem surgir novas formas de acúmulo do capital e distribuição de renda na contemporaneidade.

Neste contexto temos consciência que o educando, ao adentrar a instituição, traz consigo sua história e suas experiências de vida. A ação pedagógica deve buscar respeitar as características de cada ser humano, tendo como referência que o aluno constrói seu cotidiano através de observações, instruções e informações diversas que irão transformar-se em conhecimento formal. Portanto, é primordial que se proporcione novas relações entre os seres humanos, através de processos que resgatem sua auto-estima e melhore a sua capacidade de comunicar-se e de conviver respeitando as diferenças individuais e culturais, estimulando a reflexão e a revisão de valores, atitudes e comportamentos, levando-os a novas maneiras de ser e conviver, para que assim possam exercer uma cidadania plena.

A Escola de Educação Especial deve propor uma prática educativa adequada às necessidades sociais, culturais e educativas da realidade do surdo no Brasil, garantindo aprendizagens essenciais para a formação de cidadãos atuantes, conscientes e críticos capazes de atuar com responsabilidade na sociedade em que vivem, buscando dessa maneira uma verdadeira inclusão social, educacional, cultural e política

O processo de desenvolvimento do ser humano caracteriza-se por ser contínuo, portanto este documento torna-se flexível, podendo ser reformulado a qualquer momento, para que assim possa acompanhar as mudanças e evoluções na educação especial e inclusiva.

O PPP. é um trabalho em conjunto entre comunidade escolar e comunidade em geral, formulado por todas as pessoas que a ela tiverem acesso, objetivando a construção de uma escola democrática adequando-a a realidade nacional da educação especial e à realidade local.



“A construção da escola democrática constitui, assim, um projeto que não é sequer pensável sem a participação ativa de professores e de alunos, mas cuja realização pressupõe a participação democrática de outros setores e o exercício da cidadania crítica de outros atores, não sendo, portanto obra que possa ser edificada sem ser em co-construção” (Lima 2000, p.42).



O P.P.P. busca por meio de trocas de experiências e opiniões, uma reflexão em torno da educação especial, buscando novos caminhos para a prática pedagógica adequada e de qualidade. E é através dessa troca de experiências e do planejamento que podemos construir uma verdadeira cidadania que garanta a possibilidade de transformação.

A Projeto Político Pedagógico tem como objetivo incentivar toda a comunidade escolar a refletir em torno de sua prática e buscar soluções e caminhos que melhorem cada vez mais a atuação dos professores juntamente com o alunado, para alcançar, uma interação mútua e uma relação professor x aluno sem barreiras na comunicação.

Sabemos que não há certezas absolutas, porém temos a certeza de que juntos, engajados na contínua reflexão sobre esse documento teremos uma efetiva transformação, oferecendo aos surdos educação de qualidade.


2 OBJETIVOS GERAIS


A Escola de Educação Especial da AMESFI para Surdos tem por objetivo um trabalho pedagógico com o propósito de prestar apoio através do letramento para o ensino fundamental e médio, Educação de jovens e adultos, ficando sob nossa responsabilidade a educação infantil, pelo fato de os mesmos não dominarem a língua de sinais, portanto não é possível fazer a inclusão no ensino regular com intérprete. Para tanto, a escola pauta sua ação educativa proporcionando uma compreensão e aprendido dos conteúdos inerentes e ministrados no ensino regular.

Temos a finalidade de propiciar uma educação Bilíngüe, procurando a melhor metodologia para o ensino da língua portuguesa escrita, não esquecendo o processo de aprendizagem Visual e demais disciplinas, sempre considerando e valorizando as habilidades individuais e a língua de sinais.

Com o propósito de que a Educação de surdos seja adequada proporcionando assim, o desenvolvimento de pensamento e aquisição do conhecimento da maneira mais completa possível, é imprescindível:

- Assegurar o acesso aos conteúdos de educação infantil;

- Promover o desenvolvimento das potencialidades na aquisição da língua de sinais como primeira língua, da identificação da criança com seus pares adultos surdos, de desenvolvimento de processos culturais específicos e a potencialidade da participação dos surdos no debate lingüístico, educacional, escolar, de cidadania.

- Apoiar aos alunos que freqüentam o ensino comum;

- Desenvolver a linguagem e o pensamento do individuo num ambiente em que a língua de sinais seja usada a todos os espaços.

- Assegurar o desenvolvimento da personalidade de forma total de forma omnilateral, sendo necessário à interação de níveis escolares;

- Garantir que a criança surda construa a teoria de mundo através de experiências discutidas e elaboradas, ampliando a concepção de mundo.

- Proporcionar um ambiente linguístico adequado com a presença de um instrutor surdo apto para desenvolver atividades que visem o aprendizado da língua de sinais, priorizando as famílias dos alunos surdos;



Segundo Fernandes (1999):

“a importância de uma primeira língua na vida de um sujeito é fato indiscutível, uma vez que a mesma irá constituir-se em um elemento fundador psiquismo e sua vida, em dado grupo social. Os surdos constituem sua consciência através da Língua de Sinais, que é a modalidade da língua de sinais que permite o acesso natural à linguagem, desde que esteja interagindo significativamente, com usuários da mesma”.

A Escola desenvolve também, atividades buscando assegurar o desenvolvimento da cultura surda, garantindo os conteúdos repassados em língua de sinais, no sentido de conscientizar educadores, pais e comunidade quanto à prevenção de deficiências e a importância de respeitar a especificidade do sujeito surdo.



3 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

3.1. Dados da Mantenedora

Mantenedora AMESFI – Associação Medianeirense de Surdos e Fissurados.

CNPJ 00.883.367/0001-09

Endereço Completo Rua Minas Gerais nº. 1210

Bairro Nazaré

Medianeira – Pr

CEP: 85.884-000

Telefone / Fax / E-mail Tel: (45) 264-3643

Fax: (45) 264-3643

E-mail: amesfi@ar-net.com

Data de Fundação 28/06/1995

Registros CNAS – 139/99

Certificado de Fins Filantrópicos

Utilidade Pública Municipal – Nº. 035/95

Estadual – Nº. 12.267

Federal – Nº. 50.517/61

Presidente Nome: Ildo Conrath

3.2. Dados da Escola

Nome da Escola Escola de Educação Especializada da AMESFI

Endereço Completo Rua Minas Gerais nº. 1210

Bairro Nazaré

Medianeira – Pr

CEP: 85.884-000

Telefone / Fax / E-mail Tel: (45) 264-3643

Fax: (45) 264-3643

E-mail: amesfi@arnet.com.br

Blog: www.amesfi.blogspot.com

Localização Zona urbana

Data de criação da Escola 28/06/1996

Designação Portaria Nº. 2468/96

Autorização de Funcionamento Resolução Nº.2458/10

Data: 20/04/10

Turno de Funcionamento Manhã: 7:30 às 11:30 horas

Tarde: 13:30 às 17:30 horas

Noite: 19:00 às 23:00 horas

Serviço de Apoio Especializado Educação Especial

Etapas, Fases e Modalidades e ensino / programas e projetos especiais da Educação Básica

programas, Atividades de complementação para o Aluno e a Comunidade (X) Educação infantil (0 à 5 anos)

(X) Ensino Fundamental (6 à 14 anos)

(X) Ensino Médio

(X) Apoio e Letramento

(X) Educação de Jovens e Adultos

(X) Educação Profissionalizante



Programas e Projetos especiais:

- Curso de Língua de Sinais para ouvintes.

- Apoio através do letramento para estudantes surdos.

- Avaliação Audiológica.

- Atendimento e encaminhamento de pessoas com fissuras labiopalatais e anomalias craniofaciais.

- Orientação e encaminhamento ao mercado de trabalho.

- Orientação Familiar.

- Atendimento Fonoaudiológico.

- Atividades: Libras, Conto, artes, pintura em tela, Educação Física,Jornal informativo da escola e informática.

3.3 HISTÓRICO DA ESCOLA ESPECIALIZADA DA AMESFI

A Associação Medianeirense de Surdos e Fissurados AMESFI, tem como objetivo manter o Centro de Educação Especializada para Surdos, atender e encaminhar pessoas com fissura lábio-palatal e anomalias crânio faciais, para o FUNCRAF (fundação para o estudo e tratamento das deformidades crânio – faciais) – USP ( Universidade de São Paulo) – Bauru e CAIF ( Centro de Atendimento Integral ao Fissurado Lábio-Palatal) – Curitiba.

Fundada no município de Medianeira em 28 de junho de 1995, com a mobilização de professores, em virtude de estarem com os alunos surdos com atendimento em locais precários, tendo sido iniciado esses atendimentos pela APAE, posteriormente no Colégio Costa e Silva, na Escola Olavo Bilac e na Escola Municipal Ângelo Darolt, em classes especiais, havendo assim a necessidade de um espaço próprio onde os surdos pudessem receber o atendimento necessário.

Da mesma forma que as pessoas com fissura lábio-palatal, os surdos estavam sendo encaminhados ao Centrinho em Bauru, por uma mãe que coordenava de modo particular esse atendimento e necessitava de auxílio de clubes de serviço. Sendo assim, foram convidadas algumas lideranças da comunidade para formar uma associação.

O atendimento aos surdos, efetivou-se em 11 de março de 1996, em sede alugada. Atualmente atende sessenta e cinco alunos regularmente matriculados nos programas de Intervenção Comunicativa,( 0 a 3 anos), Educação infantil ( 4 a 5 anos) , Apoio Especializado de Ensino Fundamental , Médio, além do Supletivo e Educação Bilíngüe para surdos, nos períodos matutino, vespertino e noturno.

A princípio, a escola trabalhava com a filosofia oralista, que era então considerada pelo Departamento Educação Especial e Inclusão e as escolas de surdos, como a mais indicada. Porém, no ano de 1996, a escola, acompanhando outras escolas, começou a trabalhar com a LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais, que é a língua natural do surdos, pela qual ele é capaz de compreender, se expressar, argumentar e ter um desenvolvimento educacional, emocional e psicológico.

Ainda no ano de 1999, a entidade implantou junto ao Centro de Educação Especializada, o Centro de Diagnóstico e Protetização Auditiva, prestando serviços gratuitos aos usuários do município e região.

A educação de surdos vem passando por inúmeras transformações, e a equipe pedagógica da Escola de Educação Especializada procura estar sempre atualizada participando de cursos, seminários e congressos, e se aperfeiçoando com novas metodologias de trabalho com o surdo. Uma grande conquista foi a aprovação da Lei da LIBRAS – Língua Brasileira de sinais no município de Medianeira, pelo projeto de Lei nº. 003/96, na qual o Município reconhece oficialmente no município de Medianeira, como meio de comunicação objetiva e de uso corrente, a língua viso-espacial na Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, e dispõe sobre a implantação da LIBRAS como Língua Oficial na Rede Escolar de Ensino Municipal para surdos.

A Escola da AMESFI abrange alunos de: Medianeira, Matelândia, Missal, Serranópolis, Itaipulândia, São Miguel do Iguaçu e Ramilândia, e essa realidade corresponde à preconização descrita em Salamanca.


"As políticas educativas deverão levar em conta as diferenças individuais e as diversas situações. Deve ser levada em consideração, por exemplo, a importância da linguagem dos sinais como meio de comunicação para os surdos, e ser assegurado a todos os surdos, acesso ao ensino da linguagem de sinais de seu país. Face às necessidades específicas que a educação lhes fosse ministrada em escolas especiais ou em classes ou unidades especiais nas escolas comuns". (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994.)

A Escola de Educação Especializada da AMESFI (Associação Medianeirense de Surdos e Fissurados), foi fundada em 1996 com o pressuposto de atender, encaminhar e instruir a pessoa surda no tocante a educação no seu processo global enfatizando a importância do atendimento a comunidade surda, devido à diferença lingüística. Para isso, atendendo e estimulando o desenvolvimento lingüístico apropriando-se posteriormente do conhecimento historicamente produzido desde a infância. Além do processo lingüístico ofertamos serviços de apoios educação infantil, Educação Fundamental, Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos e encaminhamento para o mercado de trabalho.

Considerando a consequência dos fatores sócio – econômicos quanto ao atendimento especial, formulamos planos de habilitação e apoio à escolaridade de jovens e adultos sem limite de idade conforme o que preconiza a nossa atual Carta Magna em seu artigo 205, onde diz “que todos tem direito à educação”, e na LDB, capítulo 2, sessão 2, artigo 29 à 31; e ainda sessão 5, artigos 37 e 38, capítulo 3, artigo 39 à 41.

A Instituição tem como objetivo, proporcionar a Educação Bilíngüe, dando suporte necessário à Educação Inclusiva, especificamente a pessoa surda que se apresenta para a educação formal em níveis linguísticos diversos e, muitas vezes sem condições linguísticas e cognitivas necessária para a construção do conhecimento formal e informal proporcionando a socialização com outros surdos através de encontros, palestras, atividades culturais, desportivas, etc. Devemos oportunizar a sua realização como cidadão e exercício pleno da cidadania assegurando a Educação Bilíngüe – Língua de Sinais e Língua Portuguesa Escrita, pois somos responsáveis juntamente com o processo de Inclusão nas escolas de ensino regular.

E importante criar um ambiente linguístico e cultural apropriado às formas particulares de processamento cognitivo e lingüístico adequado as suas necessidades, relacionando-se com adultos surdos fluentes na língua de Sinais, garantindo a interação com os pais e a vivenciar diferentes situações. Deve-se oferecer um ambiente lingüístico com a presença do surdo adulto e do Instrutor de LIBRAS capacitado, para oportunizar a aquisição da língua de sinais, oferecer modelo bilíngue e bicultural ao aluno e oportunizar o desenvolvimento da cultura e da identidade específica da comunidade surda. É prioridade que a qualidade da língua oferecida seja uma preocupação da escola, isto é, as pessoas que são responsáveis por este trabalho, sejam competentes na língua de sinais e tenham desenvoltura para lidar com o aluno e com seus pais e, sempre que possível oportunizar aos pais o acesso à língua de sinais como sua segunda língua. Sendo assim, é de fundamental importância que a Escola proporcione o aperfeiçoamento e atualização dos profissionais, através de cursos, encontros pedagógicos, debates, palestras etc.

A filosofia da Escola é Bilíngue, isto é, tornar acessível à criança duas línguas no contexto escolar, em que a língua de sinais é tida como a língua natural do surdo, e parte desse pressuposto para o ensino de uma segunda língua, a língua portuguesa escrita. Ressaltando que a educação bilíngue para qualquer grupo social não é um problema meramente linguístico; fatores sociológicos, psicológicos e culturais, precisam ser refletidos antes de sua implementação.

Vale ressaltar que na Escola, apesar de tantas dificuldades inerentes a estabelecimentos do gênero, existe com relação ao processo educacional um desafio que consideramos nesse momento de transição o maior: o ensino da língua portuguesa escrita. Desafio este, grande não só para nós como é para os surdos adquirirem esta segunda língua, pois estes “diferentemente da criança ouvinte que chega à escola com a língua estruturada, deve ser feita de forma planejada, repetida em etapas mais longas aproveitando suas vivências e utilizando recursos especiais para despertá-la para o sentido simbólico da linguagem” (Sales, 1987). Segundo QUADROS (1997 p.111):



A Língua Portuguesa é a L1 de crianças ouvintes brasileiras e, necessariamente, deverá ser ensinada de forma diferente para crianças surdas que a adquirirão como L2. Além do fato de a língua portuguesa não ser a L1 do surdo, há a questão da diferença da modalidade das línguas. A criança surda deverá adquirir uma L2 que se apresenta numa modalidade lingüisticamente diferente da sua L1, isto é, ela deverá aprender um língua GRÁFICO – VISUAL enquanto a sua L1 é VISUAL-ESPACIAL. Os conteúdos sobre o ensino de L2 partem do pressuposto de que a criança estará adquirindo uma L2 na mesma modalidade lingüística da sua L1. Dessa forma, o ensino da L2 – Língua Portuguesa – para surdos apresenta questões mais complexas que exigem investigação. O processo de aquisição de uma L2 em crianças dependem de, no mínimo dois pré-requisitos: (a) garantia de um processo natural de aquisição de uma L1 e (b) a aquisição da língua escrita, isto é, da alfabetização.


A língua portuguesa é sem dúvida, de suma importância para a busca de conhecimentos historicamente registrados e também para as relações humanas. Neste contexto, saber ler e escrever para o aluno surdo vai além de ser alfabetizado, porque a leitura e a escrita nessa abordagem, sairão dos limites da sala de aula. Ganharão o espaço social, onde há um constante processo de interação e a linguagem em quaisquer das suas modalidades, está sempre em movimento.

A capacidade de comunicação, seja ela por domínio da linguagem falada, escrita ou corporal, sempre nos trás conseqüências positivas.O profissional que sabe se comunicar, sempre se diferencia. Quem domina a norma culta da língua, e é apto a escrever e falar corretamente, está sempre à frente, diferencia-se da maioria que incorre em erros banais e basilares. (Adriano Martins Pinheiro:http://www.artigonal.com/recursos-humanos-artigos/a-importancia-da-lingua-portuguesa-e-suas-implicacoes-428700.html;27/05/2008)



A orientação e a integração familiar é fundamental para o desenvolvimento do surdo. A Declaração de Salamanca, primeiro documento inspirador de muitas políticas educacionais, na maioria dos países é bem clara no que se refere à família e ao movimento pela inclusão. Ela possui quatro artigos – art. 59 a 62, especificamente relativos a “interação com os pais” e vários outros que indiretamente implicam uma parceria com a Instituição familiar no processo de integração / inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais. São de especial interesse os artigos 60 e 61 que relatam “os pais são os principais associados no tocante às necessidades educativas especiais de seus filhos e a eles deveria competir na medida do possível a atenção à educação necessária a seus filhos” (Declaração de Salamanca, artigo 60, pg. 43). Informar e proporcionar a interação com a família nos trabalhos desenvolvidos na escola, conscientizando a aceitação do filho surdo, bem como de suas dificuldades lingüísticas. Ressaltando desta maneira, a necessidade de intervenção, estimulação, orientação e a responsabilidade da família frente à escola e comunidade, demonstrando o importante papel que ela representa na integração do aluno.

Os pais devem receber atenção especial, tendo em vista que quase a totalidade é de pais ouvintes e, portanto não possuem a clareza da dimensão da surdez, e estão vivendo em geral, o bloqueio de comunicação em seu lar. Cabe à escola, organizar um programa de orientação aos pais para que estes consigam estabelecer uma comunicação com seu filho e assim, tornar possível uma aceitação mais positiva e realista da diferença. “Deverão ser estreitadas às relações de cooperação e apoio entre administradores das escolas, professores e pais, fazendo com que estes últimos participem em atividades educativas, curso de línguas, demonstrações técnicas, e instruções sobre como organizar atividades de complementação; supervisão e apoio da aprendizagem de seus filhos”. (Declaração de Salamanca, art. 61, pg. 43). Não resta dúvida de que hoje em dia, mais do que nunca, a família deve ser vista e tratada como parceiro no processo de quebra de barreiras que impedem a participação e a inclusão social de seus integrantes, por quaisquer motivos que sejam.

Tão importante é esta orientação aos pais, que nos deparamos seguidamente com situações em que o surdo, jovem ou adulto, chega à instituição com dificuldades inerentes de todos os surdos, mais a defasagem que sofreu por não ter sido orientado, estimulado por profissionais, técnicos especializados desde a infância, igualmente pela falta de conscientização e conhecimento da família. Isto faz com que a escola tenha que adequar o plano pedagógico e os recursos diferenciados para prestar apoio na educação de Jovens e Adultos. Deve ter a preocupação de preparar e encaminhar o jovem e o adulto para a educação profissional e conseqüente colocação no mercado de trabalho, pois isso contribui para a dignidade e a valorização do cidadão. Proporcionar à sociedade informações sobre a comunidade surda, bem como, a prevenção e a educação inclusiva. É dever da Escola lutar pela inclusão no mercado de trabalho, pois a sociedade que exclui está destruindo a esperança e ignorando talentos e a verdadeira cidadania.

Considerando de relevância tais definições, é necessário um fazer pedagógico de qualidade com consciência de que o nosso surdo requer uma prática formativa em que os paradigmas, recursos e processos pedagógicos correspondam a suas especificidades e que essa proposta se incorpore a uma modalidade de ensino e apoio.

Devemos levar em conta que é preciso mudar e estar sempre aberto a idéias novas, que é necessário rever constantemente os nossos paradigmas, conceitos e crenças, reavaliando nossos conhecimentos. Mudar paradigmas é sempre um desafio que a escola e os professores devem encarar, implementando assim, o ensino e ampliando a sua qualidade.

3.4 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO

De acordo várias mudanças quanto à educação especial, principalmente em relação ao sujeito surdo que vem cada vez mais conquistando seu espaço, e a Escola de Educação Especializada da AMESFI busca estar engajando nesta luta para que se tenham melhores condições de ensino e de formação de cidadãos atuantes.

Buscando uma perspectiva de sucesso para o desenvolvimento e aprendizagem do educando no contexto da educação do surdo o espaço físico torna-se um elemento indispensável a ser observado. A organização deste espaço deve ser pensada tendo como principio oferecer um lugar acolhedor e prazeroso para o aluno, isto é, um lugar onde eles possam brincar criar e recriar suas atividades sentindo-se assim estimulados e independentes. Diferentes ambientes se constituem dentro de um espaço.

A sede própria da AMESFI está situada num terreno de 2.000 metros quadrados, com uma área construída de 360 m2, que possui 06 salas de aula, 01 biblioteca, 02 banheiros, 01 sala de informática, 01 cozinha, 01 refeitório, 01 sala de direção/secretaria, 01 sala de audiometria e conta também com um bom espaço livre para atividades recreativas. A escola não possui quadra de esportes, as atividades esportivas são realizadas no Ginásio de Esportes da APAE.

3.5 OFERTA DE CURSOS / MODALIDADES

A Escola de Educação Especial da AMESFI oferece a toda comunidade em geral, Curso de LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais em Nível Básico I, Básico II e Avançado,Curso de Reciclados projeto AME para os alunos e comunidade em geral.


4 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA


A escola atende os alunos surdos e faz encaminhamento das pessoas com fissura lábio-palatal com apoio da uma equipe formada por: 01 fonoaudióloga, 08 professores, 01 coordenador pedagógico, 01 diretor, 01 secretário, 02 serventes, 02 instrutores, 01 assistente social, 01 psicólogo.


5 MARCO SITUACIONAL


A sociedade vive num momento de crise de valores, e cabe à escola a necessidade de assumir-se como um espaço de construção de significados éticos necessários e constitutivos de toda e qualquer ação de cidadania.

Faz-se necessário buscar os valores humanos, trabalhando o respeito mútuo, a justiça, o diálogo e a solidariedade, valores referenciados no princípio da dignidade humana; para que assim haja um bem estar de todos e a interação social entre família, escola, comunidade e organizações sociais.

Sendo assim, quanto mais buscarmos o crescimento pessoal, dentro desses valores, mais estaremos nos comprometendo com a formação da verdadeira cidadania.

A escola deve ter a preocupação de trabalhar as individualidades humanas, valorizando a pluralidade sócio-cultural dos diferentes grupos e etnias, trabalhando de maneira crítica as desigualdades sócio-econômicas e as relações sociais discriminatórias e excludentes que permeiam a sociedade.

Para que ocorram as inserções dos alunos no mundo de trabalho, é relevante que a escola busque desenvolver no aluno uma postura ética e crítica com o intuito que este desenvolva suas capacidades intelectuais e sociais para que saiba ter atitudes conscientes diante de situações da vida cotidiana e das atividades do mercado de trabalho. Sendo assim para Paulo Freire, a educação é ato de conhecimento, é uma teoria de conhecimento posta em prática.

“A educação na visão de Freire torna-se tanto ideal quanto referencial de mudança a serviço de uma nova espécie de sociedade . Enquanto ideal , a educação refere-se a uma forma de política cultural que transcende os limites teóricos de qualquer doutrina política especifica , enquanto ao mesmo tempo liga a teoria e pratica social aos aspectos mais profundos de emancipação.( Giroux,1997).

Os alunos surdos atendidos pela escola são de famílias carentes com pouco acesso a informações.

Apresentam particularidades específicas quanto a linguagem e comunicação, sendo objetivo principal da instituição a aprendizagem da LIBRAS pelo surdo e suas famílias, visando a inclusão social, e educacional de nosso aluno.

No Brasil, o instrumento jurídico precursor na legitimação da voz dos movimentos sociais pela inclusão educacional é a Constituição Federal de 1988 ( CF ) na qual se explicita , pela primeira vez, que o atendimento educacional especializado aos alunos com deficiência deverá ocorrer, preferencialmente, na rede regular de ensino. Além desse claro indicador integrador, a CF estabelece diretrizes para tratar a educação especial como modalidade de educação escolar obrigatória e gratuita, ofertada também em estabelecimentos públicos de ensino, de maneira a propiciar aos alunos com deficiência os benefícios conferidos aos demais alunos e a integração das escolas especiais aos sistemas de ensino.

6 MARCO CONCEITUAL

O mundo é formado por pessoas de diferentes raças e classes, composto assim por uma diversidade inigualável. Embora sabendo que todos tem os mesmos direitos, ainda em nossos dias se perpetuam injustiças sociais, preconceito e exclusão.

Essa diversidade é um princípio construtor da natureza, do mundo e dos homens e a escola necessita incorporá-lo e trabalhá-lo da melhor forma possível.

Assim há que se construir um mundo em que haja respeito às diferenças, onde se garante a igualdade de oportunidades e se promova os meios de acesso para todos sem distinção. Daí o nosso repúdio a qualquer tipo de violência contra o ser humano, seja física, psicológica ou moral, já que ela representa o desrespeito à individualidade e a dignidade.

Diante das tendências do mundo atual, globalização, massificação há ainda á possibilidade de perspectivas promissoras que impulsionam a mobilização da sociedade civil, das instituições (família, escola igreja, etc.), e de grupos que lutam pela mudança visando à coletividade.


6.1 CONCEPÇÃO DE ESCOLA


A escola tem por meta principal o “aluno”, envolvendo toda a comunidade escolar, família – professores - alunos, a fim de oportunizar a sua realização como cidadão e exercício pleno da cidadania, para uma posterior inclusão na sociedade e no mercado de trabalho.

Buscamos criar um ambiente lingüístico e cultural que assegure o desenvolvimento integral do aluno, para que assim haja um desenvolvimento cognitivo adequado às necessidades dos mesmos, oportunizando uma maior interação, aquisição e desenvolvimento da cultura e identidade.

É mister a qualidade do ensino, para isso é necessário o aperfeiçoamento de profissionais competentes. É importante ressaltar também que a escola deve proporcionar uma maior interação com a família, para que esta encontre na escola oportunidades e condições de estar participando como um parceiro da escola no processo educacional e na inclusão social.

O corpo técnico e administrativo, que compõe o quadro de funcionários e colaboradores da Escola devem ser adequadamente qualificados para suas funções.


6.2 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO

O simples ato de conhecer se da num triângulo enriquecedor entre quem ensina, quem aprende e o que se ensina. Ou seja, educador, educando e o conteúdo formam uma relação direta entre ensinar e o aprender.

“a relação de conhecimento não termina no objeto, ou seja, a relação não é a do sujeito cognoscente (ou a do sujeito que conhece) com o objeto cognoscível (ou com o objeto que pode ser conhecido). Essa relação se prolonga a outro sujeito, sendo, no fundo, uma relação sujeito-objeto-sujeito, e não sujeito-objeto”(Freire,1982,p.114).

Sendo a educação um ciclo de conhecimento como coloca Paulo Freire, o ato de ensinar e aprender torna o momento em que se produz o conhecimento inexistente, em que se cria o conhecimento que ainda não existe; e o momento em que conhece o conhecimento que já existe. A situação educativa é uma pratica de relação ativa entre educador e educando, sendo que o professor também é um aprendiz.

É necessário que o processo de ensino aprendizagem trabalhe com metodologias capazes de priorizar a participação, problematização e dialogicidade, pela perspectiva de libertação e emancipação humana frente aos desafios postos hoje pela contemporaneidade. Além disso, ter em conta uma dinâmica que favoreça não só o descobrimento das potencialidades do objeto individual, mas, sobretudo do trabalho coletivo. Isso implica o estímulo à autonomia do sujeito, desenvolvendo o sentimento de segurança em relação as suas próprias capacidades, interagindo de modo orgânico e integrado num trabalho de equipe e, portanto, sendo capaz de compreender, atuar e transformar sua realidade.

Sendo assim, buscaremos sempre metodologias adequadas para o ensino, fazendo as adaptações necessárias e adequando à realidade do aluno para que se assegure, desta maneira, uma educação de qualidade, valorizando e considerando sempre as habilidades individuais e coletivas do aluno.

Dentro desse contexto é fundamental falarmos de gestão democrática, que vai além da simples participação e supõe a constituição de sujeitos coletivos através de formas de organização independentes porque elas darão sustentação a participação nos colegiados que são criados.

A essa luta se articula a luta pela transformação da sociedade, entendendo que a realização plena da educação está condicionada à construção de uma sociedade igualitária, cuja gênese é gestada a partir da sociedade atual. É preciso entender que este é o ideal a atingir, sem ignorar que as condições atuais são as de uma sociedade desigual, cuja a superação se faz inclusive pelo desvelamento de seus conflitos . É necessário definir que a construção da gestão democrática se dá a partir da diversidade, do conflito, da divergência, buscando a unidade a partir do reconhecimento da organização autônoma dos diversos sujeitos coletivos, na direção da socialização do poder político e dos meios de produção.



6.3 PROPOSTA CURRICULAR


O currículo escolar está organizado para orientar dentre outras, o letramento e ações docentes, sendo de suma importância para a organização e funcionamento da escola.

Como ponto de referência, visamos promover o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno, considerando os seguintes aspectos:

- Diversificar e flexibilizar o processo de ensino – aprendizagem, atendendo as diferenças individuais dos alunos;

- Identificar as necessidades educacionais especiais priorizando os recursos e meios favoráveis a sua educação;

- Adição de currículo com propostas diversificadas;

- Flexibilidade e organização, atendendo a demanda diversificada dos alunos;

- Inclusão de professores especializados, favorecendo o processo educacional.

As adaptações curriculares serão feitas para atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos e, através delas busca-se soluções para as necessidades específicas do aluno, viabilizando o processo de ensino-aprendizagem favorecendo assim, a inclusão. As adaptações curriculares implicam a sustentação pedagógica e ações docentes fundamentadas nos critérios abaixo:

- O quê, como e onde o aluno deve aprender;

- Que formas de organização de ensino são mais eficientes para sua aprendizagem;

- Ao avaliar o aluno, levar em consideração as peculiaridades dos alunos, utilizando técnicas e instrumentos diferenciados.

- Propiciar a toda equipe técnica formação continuada para professores, pedagogos, direção e serventes, bem como, curso de Língua de Sinais para familiares e comunidade em geral, visando aperfeiçoamento, estando sempre inovando e caminhando juntamente com as novas tecnologias no que diz respeito ao processo de ensino aprendizagem do aluno.

Dentre algumas características curriculares que facilitam o atendimento às necessidades especiais dos alunos destacamos: a não obrigatoriedade de que todos os alunos atinjam o mesmo grau de conhecimento num tempo determinado, ao planejar deve-se levar em consideração esses alunos buscando integrá-los às demais atividades realizadas pelos colegas respeitando suas especificidades.

As adaptações relativas ao currículo da classe serão realizadas pelo professor na sua prática em sala de aula, focalizando os procedimentos didáticos pedagógicos, destacando como fazer a organização temporal dos componentes, dos conteúdos curriculares e a coordenação das atividades docentes, favorecendo a efetiva participação e integração aluno, bem como sua aprendizagem.


7 MARCO OPERACIONAL

A escola deve buscar além aluno, conhecer seu meio social fora da escola bem como suas dificuldades e potencialidades, desenvolvendo cidadãos conscientes e participativos, atuantes no meio em que se encontram. A mesma é um espaço social privilegiado para o debate, devido as suas funções políticas dentre outras.

Aceitar o ideário da inclusão não autoriza “o bem intencionado” a mudar o que existe num passe de mágica. A escola inclusiva deve estar inserida num mundo inclusivo onde as desigualdades não atinjam níveis tão altos como esses com os quais temos convivido, mas vise o respeito a diversidade dentro da escola.

Trabalhar nesta perspectiva significa ter como centro do processo ensino aprendizagem o aluno, suas experiências e conhecimentos pré-adquiridos, valorizando e aceitando sua cultura e identidade.

A Escola Especializada para Surdos tem por objetivo a orientação do trabalho pedagógico com o propósito de prestar apoio através do letramento para o ensino fundamental e médio, supletivo de jovens e adultos, ficando sob nossa responsabilidade a educação infantil, pelo fato de os mesmos não dominarem a língua de sinais, portanto não é possível fazer a inclusão no ensino regular com intérprete. Para tanto, a escola pauta sua ação educativa proporcionando uma compreensão e fixação dos conteúdos inerentes e ministrados no ensino regular.

7.1 PLANEJAMENTO DE AÇÕES



7.1.1 Educação Infantil

Considerando-se as especificidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas das crianças surdas de zero a seis anos, a qualidade das experiências oferecidas que podem contribuir para o exercício da cidadania devem estar embasadas nos seguintes princípios:

* O respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas diferenças individuais linguisticas, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas.

* O direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil;

* O acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, a interação social, ao pensamento, à ética e a estética.

* A socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma.

7.1.1.1 Objetivos Gerais da Educação Infantil


A prática da educação infantil deve se organizar de modo que as crianças desenvolvam as seguintes capacidades:

- Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente, com confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações;

- Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem estar;

- Estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua auto-estima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social;

- Estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos dos demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração;

- Observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam para sua conservação/preservação;

- Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades;

- Utilizar as diferentes linguagens (corporal, plástica, escrita e língua de sinais) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas idéias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;

- Conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a diversidade;

- Conhecer números e realizar contagens e noções espaciais, como ferramentas necessárias no seu cotidiano, comunicando idéias matemáticas, hipóteses, processos utilizados e resultados encontrados em situações problemas, relativos à quantidade, espaço físico e medidas, utilizando linguagem oral, visual e concreta.



7.1.2 Arte



Objetivos:

• Trabalhar a expressão corporal, colaborando com a resolução de determinados problemas por meio de movimentos do corpo;

• Proporcionar ao aluno experiências visuais, táteis e sonoras que possam levar a sensibilizar-se e desenvolver expressões criativas, que o levam a perceber tanto seu mundo exterior quanto seu mundo interior;

• Adquirir e desenvolver a habilidade de discriminar cor, forma, tamanho, dimensão, espaço, harmonia;

• Expressar-se livremente, criando formas por meio do desenho;


Conteúdos

• Desenho;

• Pintura;

• Colagem;

• Recorte;

• Modelagem e montagem;

• Dobradura;

• Carimbagem;

• Histórias infantis, contos de fadas, lendas;

• Descrição de cenas e histórias reais;

• Imitação;

• Vivências com o corpo (rolando, se arrastando, correndo, andando, pulando, virando cambalhotas);

• Dramatização;

• Dança;

• Montar histórias em quadrinhos;

• Brincadeiras de faz-de-conta,etc;





Avaliação:



Avaliar seu crescimento integral ao longo do processo educativo, não somente a partir de resultado final de um trabalho, mas considerar, a participação, a criatividade, interesse, curiosidade, liberdade de expressão, coordenação motora ampla e fina, equilíbrio, lateralidade, sensibilidade, percepção, entre outros.


7.1.3 LETRAMENTO



JUSTIFICATIVA:

O letramento é uma proposta que visa o trabalho da língua portuguesa escrita com os alunos surdos, tendo base à língua de sinais como primeira língua, aplicando-o dentro das disciplinas trabalhadas nas séries que os alunos se encontram no ensino regular (fundamental e médio) a EJA (noturno).

Em seu processo de letramento, o aluno passará de uma língua não-alfabética (a língua de sinais) para uma língua alfabética (o português). A condição diferenciada dos surdos que aprendem a ler e escrever o português sem passar pelo conhecimento fonológico da língua é denominada como a de “leitores não alfabetizados” isso significa que são leitores competentes em uma primeira língua não-alfabética e dominam a forma escrita de outra língua alfabética, sem conhecer os sons de suas grafias (SANCHEZ, 2002).

Segundo Fernandes (2006,p.8) “vem daí a nossa opção pela denominação letramento para designar o processo de ensino e aprendizagem da leitura e escrita para surdos. Ao elegermos o letramento como substantivo para nomear as práticas a serem desenvolvidas em sala de aula, estamos delineando alguns princípios que nortearam os encaminhamentos metodológicos que estão sugerindo”:

• O letramento torna a leitura e a escrita como processo complementar e dependente (o português que o aluno lê é o que ele vê);

• O letramento considera a leitura escrita sempre inserida em práticas sociais significativas;

• Há diferentes tipos de letramento, dependendo das necessidades do leitor escritor em seu meio social e cultural. Esses princípios atestam que as práticas de letramento estão intimamente ligadas a contextos de LEITURA. Sem leitura não há escrita significativa e, portanto, inexiste o letramento “.

• O letramento visa nortear o trabalho do professor e garantir a apropriação do conhecimento pelos estudantes desta escola.

“Esta é uma realidade da qual devemos estar cientes: a ÚNICA via de acesso à língua portuguesa para os surdos é a escrita. Para os surdos, aprender a escrita significa aprender língua portuguesa: escrita e língua funde-se em um conhecimento vivenciando por meio da LEITURA” (idem autor).



7.1.3.1 Conteúdos Estruturantes:



Discurso Escrito Como Prática Social

Elaborar atividades de leitura e escrita de acordo com o planejamento do ensino regular, utilizando a proposta curricular do letramento:

• Contextualização Visual do Texto

• Exploração do Conhecimento Prévio e de Elementos intertextuais

• Identificação de elementos textuais e paratextuais significativos.

• Leitura individual do texto e discussão das hipóteses de leitura no grupo

• (Re) Elaboração escrita.

7.1.3.2 Metodologia


• Contextualização Visual do Texto: Elaborar perguntas que possibilitem os alunos relacionar texto e imagem para a compreensão prévia do tema implicado. Associação entre linguagens verbal e não-verbal para a constituição dos sentidos da escrita. Ex. fotografias, desenhos, caricaturas, cartazes, outdoors, folhetos, informativos, revistas, jornais, revistas, gibis, entre outros.

• Exploração do conhecimento prévio e de elementos intertextuais: Elementos Intertextuais – Explorar o conhecimento prévio sobre o texto, realizar relações com o cotidiano dos alunos sobre o tema proposto, relacionar o texto a outros já lidos ou conhecidos, elaborar perguntas que levem os alunos à “descobrir” o conteúdo do texto, chamar a atenção para palavras ou expressões conhecidas que dêem pistas sobre o tema, induzir o raciocínio para associações importantes, provocar os alunos com questões pertinentes ou absurdas em relação ao texto, questionar e conduzir hipóteses de leitura.

• Leitura individual do texto e discussão das hipóteses de leitura Propor a leitura individual, confrontar hipóteses de leitura: pergunta de interpretação (em sinais), retomar o roteiro da leitura, solicitar leitura de trechos, lançar hipóteses absurdas sobre o texto e questionar a veracidade, entre outros...

• ELABORAÇÃO ESCRITA:Organizar atividades de produção ou (re) elaboração escrita com vista a sistematização e a avaliação do conteúdo trabalhado. Atividades (jogos, exercícios, questionários, paráfrases) que possibilitem avaliar se houve apropriação do conhecimento sistematizado (saber social, gramatical, lexical) nas atividades de leitura.

• Atividades de produção escrita que permitam utilizar o conhecimento sistematizado (dissertação, descrição, narrativa, entrevista, slogan, etc.).

• Proposição da leitura de novos textos relacionados tematicamente.

• Apresentação de seminários e outros grupos sobre o tema debatido.

7.1.3.3 Conteúdos


• Léxico (vocabulário, expressões idiomáticas) – solicitar a indicação de palavras e expressões conhecidas, organizar perguntas que conduzam à “adivinhação” das palavras e/ou expressões desconhecidas presentes no texto.

• Aspectos gramaticais – Chamar atenção para aspectos gramaticais que permitirão a compreensão na leitura. Gramatical não se refere à gramática tradicional, mas a conhecimentos necessários às regras de organização da escrita: a ordem das palavras na oração (sujeito-verbo-objeto); palavras que indicam gênero (masculino e feminino); palavras ou morfemas (-se) que indicam números (plural); relações entre palavras que estabelecem a concordância nominal (subjetivo-adjetivo/ artigo-substantivo/, pronome/ adjetivo...) concordância verbal (pessoa / verbo, tempo / verbo, modo / verbo), coesão (artigos, preposições, conjunções, pronomes), entre outros.

• Elementos Paratextuais - Gênero: carta, reportagem, notícia, bulas, e-mail, anúncio, cadastro, manual...

• Gêneros Textuais: narração, descrição, argumentação, exposição... (tempo verbal discurso direto, indireto, pessoas do discurso...)

• Estilo: formal ou informal (gírias, regionalismo, marcas da oralidade, reduções e abreviações de palavras, repetições...)

• Sinais de Pontuação: (travessões, exclamações, interrogações...); a organização em verso ou prosa o uso de maiúscula / minúscula como recursos estéticos; as caixas de texto, os destaques, as notas de rodapé, os asteriscos, a cor e o formato das letras, os logotipos, os ícones...

7.1.4 EJA

Para o ensino de Alfabetização e 1ª á 4ª séries de jovens e adultos, seguimos a proposta curricular do município. No que se refere ao ensino de jovens e adultos de 5ª á 8ª séries e ensino médio utilizamos as apostilas dos CEEBJA - Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos, em que os conteúdos são trabalhados na Escola de Educação Especializada da AMESFI e as avaliações são realizadas no CEEBJA.

7.1.5 Educação Física


A escola disponibiliza aos alunos aulas de Educação Física em uma quadra alugada ou cedida próximo à escola devido a mesma não possuir a quadra própria. Tal disciplina visa:

• Oportunizar o inter-relacionamento a partir dos movimentos corporais, o qual contribuirá para a formação de uma visão crítica em relação aos valores da sociedade.

• Proporcionar ao aluno o conhecimento de seu próprio corpo, dos movimentos e dos seus limites através de atividades que permitem a expressão, a criação, em fim, o corpo e o movimento agindo em todas as suas possibilidades de expansão.

• Reconhecer a dança como forma de linguagem corporal compreendendo todas as possibilidades expressivas que ela representa.

• Desenvolver a criatividade e o prazer na expressão dos gestos, através do aperfeiçoamento dos movimentos naturais.

• Reconhecer os jogos como manifestação humana relacionando-os com a sua participação na sociedade, estabelecendo relações entre as regras dos jogos e as regras sociais, contextualizando numa ótica de transformação.

7.1.6 Programas e Atividades Complementares ao Currículo

Para contribuir com o desenvolvimento integral do aluno, a escola oferece alguns projetos com intuito de integrar a comunidade escolar com a sociedade em geral, dentre eles especificamos:



• Semana Cultural e Esportiva para os Surdos: proporciona uma melhor integração dos alunos, bem como a discussão de aspectos com relação à educação, a cultura e comunidade surda. Nesta semana, que faz alusão ao dia do surdo (26/09), são desenvolvidas atividades como: jogos esportivos com escolas de surdos de outras cidades, palestras, distribuição de panfletos de prevenção à surdez, passeios, missa de ação de graças dentre outras.

• Comemorações anuais: aproximação entre família – escola – aluno. Nessas comemorações, são feitas apresentações artísticas pelos alunos jogos, atividades culturais e recreativas. Esta aproximação é de grande valia para que se quebre as barreiras da comunicação entre pais e filhos e, para que haja um trabalho em conjunto da comunidade escolar em relação ao desenvolvimento psicológico e emocional do aluno.

• Manifestações Juninas: proporcionar aos alunos e os familiares o conhecimento da cultura popular brasileira.

• Atividades lúdicos desportivas: proporcionar aos alunos momentos de integração social, competição, companheirismo, respeito mútuo, civismo, através de jogos e congraçamentos regionais com outras escolas de surdos e ouvintes.

• Semana da Pátria: resgatar a história brasileira de maneira crítica, exaltando o civismo em busca da cidadania.

• Promoções Diversas: envolver os alunos na atuação nos diversos eventos sociais, proporcionando uma maior interação com a sociedade, gerando desenvolvimento da responsabilidade e do comportamento nas diferentes situações sociais.

• Participação de Intérpretes nas atividades religiosas: desenvolver a espiritualidade do aluno, para que haja um real entendimento e participação nas celebrações religiosas, além de proporcionar uma inclusão social.

• Clube de mães: realização aos sábados (quinzenalmente) na escola, com o objetivo de resgatar e promover a integração família-escola; promover cursos de geração de renda, para complementar a renda familiar; contribuir com a melhoria da qualidade de vida; valorizar as habilidades buscando estimular a auto-estima; proporcionar um espaço para a valorização enquanto cidadão.

• Curso de Língua de Sinais: tem por objetivo conscientizar a família e a comunidade da importância da Língua de Sinais para que o surdo tenha um desenvolvimento normal da linguagem; reconhecer os surdos como membros de uma comunidade lingüística e cultural minoritário que partilha valores, conhecimentos e cultura; conscientizar os participantes do respeito da diferença lingüística e cultural dos surdos; facilitar á comunicação, o dialogo e a troca de experiências necessárias para o desenvolvimento normal do surdo no âmbito familiar. As aulas são ministradas por um instrutor surdo e acompanhados pelo intérprete.

• Chá de outono e Macarronada Fraterna: são festividades realizadas anualmente para angariar fundos juntos á sociedade para suprir as necessidades da escola. Conta com a participação da equipe pedagógica, alunos e familiares.

7.1.7 PROJETOS ESPECIAIS

O trabalho por projetos requer mudanças na concepção de ensino e aprendizagem e, conseqüentemente, enfatizar que o trabalho por projeto “não deve ser visto como uma opção puramente metodológica, mas como uma maneira de repensar a função da escola ” Essa compreensão é fundamental, porque aqueles que buscam apenas conhecer os procedimentos, os métodos para desenvolver projetos, acabam se frustrando, pois não existe um modelo ideal pronto e acabado que dê conta da complexidade que envolve a realidade de sala de aula, do contexto escolar.( MARIA ELISABETTE BRISOLA BRITO PRADO)

7.1.7.1 PROJETO: INFORMÁTICA

Objetivos:

• Auxiliar no desenvolvimento cognitivo, lingüístico e social do surdo pela sua interação no ambiente informatizado.

• Proporcionar experiências em ambiente informatizado que permitam a construção de novos conceitos nas mais variadas áreas de conhecimento.

• Estimular a habilidade e o desejo de utilizar as diferentes informações, relacionando, sintetizando, analisando e avaliando, a partir de projetos envolvendo diversos recursos informatizados.

• Desenvolver atividades específicas de acordo com as características individuais de cada grupo de alunos.

• Promover a interação de surdos com outros alunos e ouvintes de outras escola do estado, país via Internet, visando a realização de projetos em conjunto.

• Oportunizar a construção da língua portuguesa escrita neste ambiente de rede telemática.



Estratégias:

O ensino da informática é mediado por um professor. As turmas são subdivididas de acordo com a série escolar.


Avaliação: Participação, interesse, atenção.

7.1.7.2 PROJETO CONTO.

Objetivos:

• Despertar a curiosidade, criatividade e a imaginação que os contos infantis proporcionam.

• Oportunizar o mundo da fantasia existente nos contos da Literatura Infantil dos alunos surdos.

• Contribuir para a ampliação do vocabulário de LIBRAS.

• Proporcionar um ambiente de construções narrativas e de experiências cognitivas.

• Promover a organização do pensamento e da espontaneidade.

• Compreender a mensagem das histórias, diferenciando o real do imaginário bem como a apreensão da ironia, do humor e do sentido figurado das palavras.

Estratégias

• -Preparo do conto pelo professor responsável e instrutor e apresentação do mesmo.

• Dramatização individual e em grupo.

• Atividades de pareamento;

• Atividades escritas relacionadas a personagens e elementos existentes no Conto;

• Narrativas.

• Filmes.

• Recursos visuais.

7.1.7 3 PROJETO: LIBRAS.
Objetivos:

• Conscientizar a família e a comunidade da importância da Língua de Sinais para que o surdo tenha maiores possibilidades de diálogo e construção da linguagem.

• Reconhecer os surdos como membros de uma comunidade lingüística e cultural minoritária que partilha valores, conhecimentos e cultura.

• Conscientizar os participantes do respeito da diferença lingüística e cultural dos surdos.

• Facilitar a comunicação, o diálogo e a troca de experiências necessárias para o desenvolvimento lingüístico, cognitivo e sócio-afetivo-emocional do surdo no âmbito familiar.

Metodologia

• Preparo das aulas com o coordenador e o instrutor;

• Recursos visuais diversos.

• Dinâmicas em grupo e individuais.

Obs.: O curso de LIBRAS é realizado pelo Instrutor surdo da AMESFI.


Conteúdos

◦A Cultura Surda

◦O sujeito surdo

◦O que é surdez

◦Tipos de surdez

◦Causas da surdez

◦Comunicação dos surdos

◦O que é Libras

◦Histórico e fundamentação teórica da Língua

◦Estrutura da Libras

◦Parâmetros

◦Definição dos parâmetros

◦Configuração de mãos

◦Ponto de articulação

◦Orientação

◦Movimentação

◦Expressão Facial e Corporal

◦Classificadores em Libras

◦Uso dos verbos em língua de sinais

◦Tipos dos verbos

◦Gramática de Libras

◦Semântica

◦Grupos de sinais por significados

◦Sintaxe

◦Tipos de frases na Libras

◦Gramática de Libras

◦Sintaxe 2

◦Estruturação de frases em Libras

◦Diálogos

◦A comunicação com o surdoPúblico alvo


Avaliação:

A avaliação é realiza através da habilidade de relatar as histórias com seqüência e entendimento da mensagem bem como dramatizando-as individualmente e em grupo.



Fundamentação teórica



Muitas pessoas acreditam que as línguas de sinais são somente um conjunto de gestos que interpretam as línguas orais. Acredita-se também que somente existe uma língua de sinais no mundo, mas assim como as pessoas ouvintes em países diferentes falam diferentes línguas, também as pessoas surdas por toda parte do mundo que estão inseridas em “culturas surdas”, possuem suas próprias línguas, existindo portanto, muitas línguas de sinais diferentes, como: língua de sinais francesa, chilena, portuguesa, americana, argentina, venezuelana, japonesa, chinesa. O estudo dos surdos mostra-nos que boa parte do que é distintivamente humano em nós é a capacidade de linguagem e pensamento. Essa mudança alterou na postura tanto do aluno surdo como em toda equipe pedagógica da escola inclusiva.

Os sinais são formados à partir da combinação do movimento das mãos com um determinado formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo.

A lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002, dispões a LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais reconhecendo a mesma como meio legal de comunicação e expressão da comunidade surda do país. Nenhum ano foi desperdiçado até agora pela maioria dos países. A inclusão social depende da igualdade ou das diferenças?

As duas coisas. Cabe ao professor reconhecer essa nova função e lutar pelos necessários recursos para participar do planejamento e complementações das tarefas dos alunos com necessidades educacionais especiais. A aprendizagem da LIBRAS implica além das relações didáticas efetivas, traduzidas na presença, no mínimo, do intérprete na sala de aula inclusiva, mesmo que exista um único aluno surdo sequer, e ainda: o despertar as emoções, reflexões dos valores por outros jeitos de pensar/agir através da língua de sinais. Nesse sentido é importante a família priorizar quanto mais cedo conseguir, questões relacionadas à aquisição de desenvolvimento da linguagem oral, concomitantemente ao aprendizado da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS.

Algumas investigações atuais acerca da inclusão dos surdos, abordam a compreensão da língua portuguesa como segunda língua e a língua brasileira de sinais como língua materna da comunidade surda, conforme já citado, e a partir disso aprofundam análises no aprendizado da leitura e escrita da língua portuguesa pelo surdo, bem como a interpretação por parte destes. Isto tem se constituído uma das maiores mazelas na inclusão do surdo: o ensino aprendizagem da língua portuguesa, assunto que deverá ser abordado e estudado cada vez mais pelos pesquisadores do tema.

7.1.7.4 Projeto de Arte AME

A ideia do projeto de integração família-escola se firma em suas pretensões educativa e assistencial; educativa porque permite a AMESFI, por meio de palestras e cursos, principalmente, cumprir sua função de gerir conhecimentos; assistencial porque a pré-profissionalização de alunos e de seus respectivos familiares possibilita o implemento da renda familiar dos assistidos da instituição. Neste aspecto, dois pontos são constantes preocupações da AMESFI: o primeiro centra-se naqueles alunos que, vencido o período de escolarização, devam ser encaminhados para o mercado de trabalho. O segundo ponto de importância, ante a realidade vivenciada no dia-a-dia da instituição, constata-se que muitos dos assistidos, por serem provindos de famílias de baixa renda e de baixa escolarização, são responsáveis por considerável fatia da renda mensal e do sustento familiar.



Objetivo Geral :Integrar a comunidade escolar com a sociedade com ações sócio-educativas que gerem renda e consciência de cidadania. Assim estamos dando continuidade com o projeto AME (ARTE, MEIO AMBIENTE E EDUCAÇÃO) desenvolvido para as famílias, alunos e comunidade.



Metodologia O trabalho será coordenado por mães voluntárias, Assistente Social e Direção, Coordenação e professores do Centro de Educação Especializada da AMESFI.

Os encontros serão quinzenais, sempre aos sábados, a partir das 14 horas que reunirão mães e familiares dos alunos e funcionários para o trabalho das oficinas. Uma vez por semana, à noite, a partir das 19 horas, serão reunidos os alunos, familiares e funcionários que se dispuserem para os cursos e complementação do trabalho nas oficinas que visa a produção de peças para a comercialização.

7.1.7.5 PROJETO: TEATRO

Objetivos:



• Desenvolver no aluno expressão facial e corporal;

• Proporcionar momento cultural, de interação e amizade;

• Despertar o interesse pela expressão, criatividade, manifestação artística.



8 PRÁTICA ESCOLAR


Nossa escola atende em três turnos: manhã, tarde e noite, com intervalo onde é oferecida lanche no refeitório. Os alunos que frequentam o ensino regular e no contra turno três vezes por semana recebem o apoio pedagógico especializado em nossa escola. Os professores realizam atividades pedagógicas diversificadas durante a semana utilizando meios visual-espacial como: filmes, cartazes, gravuras entre outros atividades despertadoras.

Durante a semana é ofertado aulas de Educação Física a todos os alunos em cada período em que ele é atendido. Quinzenalmente a equipe pedagógica se reúne, onde são tratadas temáticas diferenciadas e planejadas previamente de acordo com as necessidades do grupo. Os demais funcionários além de cuidar da documentação escolar, também fazem o acolhimento dos alunos atendendo as suas dificuldades, participam de aperfeiçoamento através de cursos, como também auxiliam nas atividades extracurriculares, colaborando para o desenvolvimento da Instituição. Outro fator importante que ocorre é em relação às boas maneiras, tanto na alimentação quanto na higiene, desenvolvendo troca de experiências.

Quanto ao trabalho democrático, cada qual desempenha sua função, sem dispersar o trabalho coletivo em prol do aluno e da escola. Todos cumprindo com suas obrigações sem se preocupar com os cargos ocupados, a escola são um todo e todos devem trabalhar coletivamente pelo mesmo objetivo, respeitando-se mutuamente.

As reuniões Pedagógicas acontecem de acordo com o calendário com professores e equipe pedagógica. A escola possui salas apropriadas para o trabalho aplicado, também professores aptos profissionalmente para atuarem em sala, temos também jogos variados, CDs room com histórias em língua de sinais, dicionários de LIBRAS e uma biblioteca com espaço amplo para pesquisas e leitura, além disso, temos uma sala reservada apenas para a informática contendo 08 computadores.

Nossa instituição desenvolve também projetos que integram a sociedade, com objetivo de conscientizar e poder ter acesso à língua brasileira de sinais. As atividades pedagógicas são planejadas, de acordo com a proposta curricular. O planejamento é voltado para o letramento, atendendo a singularidade dos alunos.

9 AVALIAÇÃO



A avaliação tem um papel importante no trabalho escolar enquanto instrumento de diagnóstico que permitirá ao professor apreciar a pertinência ou não da sua ação pedagógica.

A depender das informações que a avaliação lhe oferecer, o professor poderá sentir-se seguro diante do encaminhamento adotado ou poderá ver-se diante da necessidade de reformular no todo ou em parte o seu trabalho, adequando-o às necessidades que o domínio de um conteúdo por uma determinada classe lhe estão a exigir.

A avaliação deve subsidiar professor na revisão do seu PTD, estando vinculada à especificidade da escola (socialização do conhecimento), à competência técnica do educador e seu compromisso político.

Sendo assim, a avaliação deverá ser diagnóstica, ter como objetivo identificar as dificuldades dos alunos para que o professor possa rever sua metodologia e intervir no processo ensino aprendizagem. Assim, não se fixará somente nos critérios de aquisição de conhecimento pelo aluno, mas também possibilitará ao professor avaliar seu próprio desempenho, sua proposta pedagógica, o que espera dos alunos e o que considera essencial em cada área do conhecimento.


9.1 Avaliação Geral


A avaliação deve ser compreendida como um conjunto de atuações que tem a função de alimentar, sustentar e orientar a intervenção pedagógica. Deve acontecer continuamente e sistematicamente por meio da interpretação qualitativa do conhecimento construído pelo aluno, possibilitando conhecer o quanto ele se aproxima ou não da expectativa de aprendizagem que o professor tem em determinados momentos da escolaridade, em função da intervenção pedagógica realizada. Portanto, a avaliação das aprendizagens só pode acontecer se forem relacionadas com as oportunidades oferecidas, isto é, analisando a adequação das situações didáticas, propostas aos conhecimentos prévios dos alunos e aos desafios que estão em condições de enfrentar.

A avaliação deve ser tida como um instrumento que subsidia o professor com elementos para uma reflexão contínua sobre sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de trabalho e a retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos como adequados para o processo de aprendizagem individual ou de todo o grupo. Para o aluno, é o instrumento de tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de seu investimento na tarefa de aprender. Para a escola, possibilita definir prioridades e localizar quais aspectos das ações educacionais demandam maior apoio. É fundamental que o professor utilize variados instrumentos e critérios diferenciados de avaliação que considerem as limitações e as diferentes aptidões dos alunos.

Como a nossa escola presta apoio ao ensino regular, á Educação de Jovens e Adultos, não cabe a nós a aprovação e a reprovação dos alunos. A nossa avaliação é realizada bimestralmente, em forma de conceitos de forma a avaliar como está o aproveitamento escolar dos alunos, estes conceitos são feitos em forma de boletins que são entregues aos pais, para que estes também possam estar acompanhando o desenvolvimento educacional de seu filho. Ao final de cada ano, é feito um parecer descritivo dos alunos, relatando seu desenvolvimento e aproveitamento escolar anual em cada disciplina, que também em reunião, é apresentado aos pais.

Os alunos matriculados de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, freqüentam o ensino regular com o apoio de um intérprete de língua de sinais.

Os alunos do ensino supletivo de jovens e adultos, frequentam e tem suas aulas na escola especial, porém como já dito, as avaliações são realizadas no CEEBJA, ao qual cabe a aprovação ou reprovação do aluno.

10 CONCLUSÃO GERAL

Com a finalidade de propiciar uma Educação Bilíngue, procuramos a melhor metodologia para o ensino da língua portuguesa escrita, não esquecendo-se das demais disciplinas, sempre considerando e valorizando as habilidades individuais e a língua de sinais. Com o propósito de que a Educação de surdos seja adequada proporcionando o desenvolvimento de pensamento e aquisição do conhecimento da maneira mais completa possível, concluímos ser imprescindível:

- Assegurar o acesso aos conteúdos de educação infantil;

- Promover o desenvolvimento das potencialidades na aquisição da língua de sinais como primeira língua, da identificação da criança com seus pares adultos surdos, de desenvolvimento de processos culturais específicos e a potencialidade da participação dos surdos no debate lingüístico, educacional, escolar, de cidadania.

- Apoiar aos alunos que freqüentam o ensino regular utilizando a nossa proposta curricular;

- Desenvolver a linguagem e o pensamento do individuo. Para atingir essa meta, a escola deve ser o ambiente em que a língua de sinais seja usada a todo o momento;

- Assegurar o desenvolvimento da personalidade de forma sadia, para isso é necessário à interação com adultos surdos;

- Garantir que a criança surda construa a teoria de mundo. Quanto mais experiências forem discutidas e elaboradas, amplia-se mais a concepção de mundo.

- Proporcionar um ambiente lingüístico adequado com a presença de um instrutor surdo apto para desenvolver atividades que visem o aprendizado da língua de sinais, priorizando as famílias dos alunos surdos;



Segundo Fernandes (1999):

“a importância de uma primeira língua na vida de um sujeito é fato indiscutível, uma vez que a mesma irá constituir-se em um elemento fundador psiquismo e sua vida, em dado grupo social. Os surdos constituem sua consciência através da Língua de Sinais, que é a modalidade da língua de sinais que permite o acesso natural à linguagem, desde que esteja interagindo significativamente, com usuários da mesma”.



A Escola de Educação Especial da AMESFI presta apoio à educação dos surdos, defendendo seus direitos, garantindo seu desenvolvimento linguístico. É dever da escola respeitar os educandos dentro de suas limitações, dando assim liberdade de expressão e de escolha, conscientizando a sociedade do seu papel como membro fundamental na propagação da cultura especifica dos surdos. Desenvolve também, projetos buscando assegurar o desenvolvimento da cultura surda, a garantindo o ensino dos conteúdos em língua de sinais, conscientizando educadores, pais e comunidade quanto à prevenção de deficiências e a importância de respeitar a especificidade do sujeito surdo.

Neste contexto é de suma importância à participação e colaboração da comunidade, sendo esta peça fundamental no processo educacional, pois ambas, escola e comunidade devem caminhar juntas visando sempre o bem estar do aluno, propiciando uma educação de qualidade e o desenvolvimento integral do educando.

A escola é o meio mais forte para desenvolver o intelecto e o social do aluno, por isso necessita de pessoas especializadas para tal, visando sempre o potencial do ser humano.

Todo educador precisa dar-se conta de que é seriamente comprometido com o juízo de valor emitido sobre o educando. Uma educação em valores se ocupará em promover entre os alunos a vivência da cidadania e da participação, sustentadas pelo conhecimento de regras e leis.

É muito importante, que os alunos tomem conhecimento que são sujeitos do processo histórico e político, conheçam as lutas e os movimentos que os produziram, para que compreendam que são muitas vezes contraditórios e podem e devem ser modificados possibilitando o avanço da justiça social.

O espaço escolar caracteriza-se como um espaço de diversidade por principio. Gerações de alunos sucedem-se um ás outras, bem como se renova o seu quadro de funcionários, sejam eles professores, corpo técnico, de serviço administrativo ou de apoio. Configura-se como um espaço público por excelência, orientado por um objetivo comum.

Em virtude do número quase sempre grande de membros que reúne, necessita de uma estrutura, de uma organização, de regras e normas que estabeleçam formas de convívio em seu interior, que garantam os princípios e objetivos a que se propõe. A ação pedagógica para o educador e para o educando passa necessariamente pela relação que cada um estabelece com o próprio conhecimento.

Ambos devem caminhar juntos buscando os mesmos objetivos, a escola proporcionando um ambiente lingüístico e cultural, dando suporte necessário para a educação inclusiva, buscando proporcionar condições linguísticas e cognitivas para a construção do conhecimento formal e informal, tornando assim, possível o processo de inclusão nas escolas de ensino regular. E o aluno como ser essencial para o desenvolvimento da escola deve sim, estar em plena busca desses conhecimentos, respeitando a individualidade dos demais colegas e colaborando também para a aprendizagem dos mesmos. Desempenhando um papel importante na formulação de seu próprio conhecimento, pois é o agente de seu próprio conhecimento.

É neste contexto que deve-se situar o aluno, procurando compreender a sua trajetória realizada em seu processo de constituição como individuo. A vivência escolar deve atender a objetivos específicos, mas as experiências acumuladas que são partes integrantes da vida do mesmo.


REFERÊNCIAS

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- Projeto político pedagógico: Subsídios Orientadores / coordenação geral Ivanilde Maria Tibola. Brasília: Federação Nacional da APAES, 2001.

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- Planejamento Anual do Ensino Fundamental (pré-escola à 4ª. série) – Secretaria Municipal de Educação de Medianeira

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- SKLIAR, Carlos. Atualidade da educação bilíngüe para surdos. Porto Alegre: Mediação, 1999.

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NUNES, Andréia Caldas. Gestão Democrática Compartilhada: Uma (não) tão simples questão de semântica. Caderno PEDAGÓGICO. App Sindicato, Curitiba, n.02, março 1999, p. 37-40.

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SEED – Secretaria de Estado da Educação: Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a Construção de Currículos Inclusivos. Curitiba, 2006